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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Real 2 Louletano 3

retirado do Notícias da Manhã por Ricardo Miguel

O (decisivo) poder da mente
O futebol é um desporto de emoções. Mesmo que muitos pensem que o desporto-rei pode ser programado e que um qualquer chip táctico pode garantir o que se passará dentro de campo, o que é certo é que os jogadores não deixam de ser humanos e, acabando por ser as emoções a terem um papel decisivo na componente física, técnica e até táctica. Só assim se explica que o Real, último classificado da Série D da II Divisão, tenha dado espectáculo durante a primeira dezena de minutos do encontro ante o Louletano, no passado sábado e, mercê de um erro infantil do seu guarda-redes, que deu origem ao primeiro golo do Louletano, pudesse perder totalmente o domínio do jogo.

Jogar sozinho
Foi, de facto, a partir desse momento, ao minuto 11, que tudo mudou. Não mais contou o arrojado 3-5-2 do Real, bem como o virtuosismo técnico dos seus jogadores, mormente de Tuga, pois o golo de Devigor (como foi possível Pedro Cardoso largar uma bola aparentemente tão fácil, dando oportunidade ao avançado de dar o toque final) alterou por completo o rumo da partida. O Real nunca mais se encontrou, enquanto os algarvios (também eles em zona de risco na tabela classificativa) arrancaram para uma das melhores exibições da temporada, ficando bem perto da goleada.
De facto, não fora a ineficácia dos seus atacantes e o Louletano tinha saído de Massamá com o papo cheio, mas um remate de Alberto um pouco por cima, aos 26’, uma boa defesa de Pedro Cardoso (a redimir-se da falha no primeiro golo) a remate cruzado do mesmo Alberto, aos 39’, e um tiro de longe de Tonanha, tendo a bola subido um pouco, aos 40’, não permitiram aos algarvios estender a vantagem.
O intervalo não trouxe nada de novo, embora o momento da tarde se tenha vivido logo nos minutos iniciais da etapa complementar. Coube a Fábio Teixeira apontar, de forma perfeita, surpreendendo tudo e todos, um livre directo a 35 metros da linha de golo. Um tiro fenomenal que só parou no fundo das redes. O Real não reagiu e o Louletano aproveitou novo lance de bola parada para dar um cariz de goleada ao resultado, cabendo a Della Pasqua cabecear, sem oposição, após livre de Caniggia.

Os loucos minutos finais
Logo de seguida, ainda assim, Ricardo Nogueira reduziu para o Real, o que deu um novo elemento ao jogo: conseguiria o Real recuperar animicamente e cair em cima da defesa do Louletano nos 15 minutos finais? É isso mesmo, caro leitor. O Real ganhou alma e o seu futebol dimensão, acabando por reduzir para 2-3 a cinco minutos do fim, por Diogo, numa bela jogada individual.
O Louletano mostrou, então, tremendas dificuldades para manter a vantagem, sendo um bom exemplo o cabeceamento perigosíssimo de Helmut, mesmo ao cair do pano. Cremos que se o jogo tivesse mais dez minutos o resultado poderia ser outro. Como podem os golos fazer milagres no futebol não é? Ainda assim, em jeito de balanço, podemos dizer que foi justa (apesar de inesperadamente sofrida) a vitória dos algarvios.

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