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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A Geografia do Futebol

Artigo de Bruno Carvalho

A Luta pela sobrevivência nos nacionais

Já é do domínio comum, de todos os acompanhantes de futebol, que não é fácil a integração de uma equipa recém chegada a uma divisão, consolidar-se e manter-se coesa, sem que para isso destrua internamente a gestão do clube. Existem vários exemplos de clubes atingem rapidamente o topo e com o dobro velocidade com que subiram, assim descem por aí abaixo. Nos nacionais temos como exemplos vivos Tirsense, Leça e mais recentemente o Moreirense. Clubes esses, que tinham como ambição, justa como qualquer um pode ter, subir na hierarquia do futebol, a qualquer custo (e que custo!). Nos Distritais temos alguns casos de quedas sucessivas como exemplo mais recente o Lourinhanense, Tires, Vialonga e Vilafranquense, que desceram mais que uma vez sucessivamente.


Mais do que ninguém as direcções dos clubes são aquelas que melhor poderão avaliar as capacidades e até onde os seus clubes podem ir, e depois escolher qual o destino que desejam para o seu clube, subir a todo o custo com orçamentos ruinosos, ou manterem-se estáveis numa divisão onde se enquadrem na sua estrutura directiva e financeira.


Existem três tipos de clubes suicidas:

-» O primeiro tipo são os clubes que são geridos pelos "notáveis" (ex. P. Santana Lopes), que sem qualquer tipo de formação gerem os clubes, e apenas o fazem para se projectarem na sociedade, e para se galvanizarem e apresentam-se à sociedade com sendo presidentes de algo…


-» O segundo tipo, são aqueles que são geridos pelos "tangas" (ex. J. Vale e Azevedo), bem falantes, dando ideia que são inteligentes até conseguem ter um discurso persuasor, convencendo os trabalhadores que estão à sua volta a fazerem as coisa à maneira deles, pois estes apenas tem o dom da palavra pois por as mãos ao trabalho é que não. E o pior que tudo é que têm a tendência para as megalomanias, pois o seu clube tem que ser tudo em grande, "se não há dinheiro… inventasse". Na primeira volta a coisa corre bem, o pior é na segunda…


-» O terceiro tipo de clubes são o dos "mecenas" (ex. R. Abramovich), geralmente estes clubes conhecem o sucesso no futuro imediato à tomada de posse, melhoram os resultados a olhos vistos, os adeptos deliram "agora é que o clube vai bem, o clube agora é que está bem gerido", os relatórios de contas fecham a zero, e por vezes até selam em saldo positivo (pois a grande fatia é feita "pelo(s) patrocinador(es)") e o sucesso é completo, pois respira-se bem nos clubes, onde não falta nada, basta acenar e logo aparece o que é necessário. O pior é quando o fontanário seca, aí fazem-se novamente as contas e afinal já não existe patrocinador(es).


Gostaria de lembrar apenas um Presidente que se farta de gabar que nunca deixou uma empresa na falência… mas o FC Alverca joga hoje na II divisão regional.


Por fim para rematar gostava de vos dar conta de alguns dados:


-» Dos 18 campeões da Associações de Futebol Distritais da época 2005/2006, 33.3% desceram este ano. (AF Aveiro, AF Beja, AF Lisboa, AF Viana do Castelo, AF Vila Real, AF Viseu).


-» Subiram dos campeonatos distritais 21 equipas e desceram 31 (saldo -47.6%), confirmando a tendência para o emagrecimento dos campeonatos nacionais.


-» Verificasse ainda a evolução do futebol, com a emergência de novas equipas e a queda de alguns históricos, com o regresso aos campeonatos regionais de equipas como Desportivo Beja, Lusitano VRSA, União Coimbra, Casa Pia, Montijo e Vila Real. Saúda-se o regresso aos nacionais, após ter recomeçado da estaca zero o Académico Viseu.


Nota: Os exemplos apresentados apenas os coloco por serem sobejamente conhecidos por todos, mas toda a crónica se dirige ao nosso futebol.

Por hoje é tudo, até para a semana.

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27 de Agosto
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