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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um Treinador na Bancada

Artigo de opinião por Paulo Carrilho

BOLA REDONDA

Portugal findou a jornada dupla de jogos de selecção com mais uma vitória, que nos coloca com alguma dose de optimismo na rota do euro 2008, mas atenção faltam ainda dois jogos e não peço uma vitória e um empate, peço duas vitórias, para mostrar à Europa do futebol e colocar os nossos adversários em sentido.
A equipa que iniciou o jogo foi a mesma, e pudemos assistir na primeira parte a mais do mesmo futebol de pontapé para o ar, para o Cristiano correr atrás da bola, e com a bola a obrigar os adversários a correr atrás dele. Ainda não se viu equipa, embora dos dois trincos Maniche tivesse mais um pouco de liberdade para subir, mas a movimentação dos jogadores do Cazaquistão não o permitiu, acontecendo só por duas vezes, e dai não resultou jogadas de envolvimento. No ataque Hugo Almeida desenquadrado e sem bolas, Quaresma desinspirado, Deco a espaços e a paço, Cristiano sempre a correr. Daqui resultou uma primeira parte equilibrada, e ao não aparecer o tal golo madrugador começou a enervar alguns jogadores. É preciso pôr os adversários a correr atrás da bola, é muito mais fácil defender quando sabemos que a jogada é sempre a mesma, Cristiano ou Quaresma passam pelo primeiro, mas lá estão já dois adversários para os rodear e impedir a progressão. Aposta-se em tirar cartões amarelos para os defesas de modo a limitar a sua acção, mas isto não é táctica.
A segunda parte começou igual, embora os jogadores de Portugal se mostrassem mais mexidos para fugir às marcações, mas com o passar dos minutos foi acabando o gás.

ARRISCAR

Até que aos 59 minutos Flávio Teixeira decidiu mexer no onze, e aqui residiu a chave do jogo, ao sair Maniche e entrar Nani, Portugal passa a jogar só com um trinco, Miguel Veloso, com ordem para varrer toda a zona intermediária e não subir, e passa a jogar com Nani na esquerda, Quaresma na direita, Makukula (entretanto entrado) ao centro, Deco atrás dele, e Cristiano com liberdade para jogar a toda a largura do ataque. Portugal arrisca, passa a atacar com 5 jogadores, quando até ai só atacava com 4. Portugal obrigou então o adversário a ter mais jogadores recuados, baralhou as marcações que até ai estavam a acertar e o jogo aproximou-se da área do Cazaquistão. Makukula fresco veio dar outro ímpeto ao ataque, e veja-se que o primeiro golo aparece precisamente de uma falha de marcação, pois Makukula embora com muito mérito, aparece a cabecear sozinho para golo, com grande jogada de Quaresma. O segundo golo aconteceu quando Nani, que entrou muito bem, faz uma grande jogada pela esquerda e dá o golo a Cristiano, que aparece com alguma liberdade em terrenos onde até ai não a tinha tido. Foi muito boa a aposta do treinador em mudar a táctica, pois desmanchou a defesa e as marcações adversárias.
Convém no entanto fazermos uma reflexão, os golos aparecem os dois de jogadas de génio de dois extremos, Quaresma e Nani, cá está o jogo a ser mais uma vez decidido por coelhos que saltam da cartola e não pelo colectivo, dá que pensar e deixa um aviso, quando se acabarem os coelhos?
Já no final, a defesa que tão boa conta tinha dado de si, resolve meter água e permitir com relativa facilidade um golo, a este facto não é alheio o balanceamento da equipa no ataque e a ausência de Maniche, que baralhou as marcações portuguesas. Embora não conte para este jogo, este golo sofrido pode vir a contar no caso de empate pontual, não havia necessidade.

CONTAS À PORTUGUESA

No entanto continuamos no bom caminho, vamos ver contra a arménia, pois no meu entender o apuramento joga-se neste jogo, o ideal seria ganharmos á Arménia e o Cazaquistão empatar na Sérvia, porque ai o jogo com a Finlândia seria um passeio pois temos 8 golos a mais, e até nos podíamos dar ao luxo de perder pela margem mínima.
Mas se como espero ganharmos os dois jogos, vamos certamente ficar em primeiro do grupo, pois a Polónia vai de certeza perder pontos na Sérvia.

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30 de Agosto
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