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sábado, 10 de novembro de 2007

Ainda o Real - Atlético

Ainda em relação à reportagem publicada no jornal A Bola e transcrita no SintraSport, o Real Sport Clube enviou um comunicado ao referido jornal que publicamos na integra, mais a explicação do próprio jornal.

Direito de resposta do Real Sport Clube a propósito de reportagem de A BOLA, publicada no dia 6 de Novembro, com o título «Fraude com bilhetes», recebemos da Direcção do Real uma carta que se publica ao abrigo do direito de resposta

Exmo. Senhor Director,

A consideração que os leitores do jornal A BOLA nos merecem, bem como o dever que temos como Direcção do REAL SPORT CLUBE de defender o bom nome e reputação do Clube que representamos, leva-nos a invocar o direito de resposta, ao abrigo dos Artigos 24.º, 25.º e 26.º da Lei de Imprensa, relativamente a um artigo publicado no Jornal A Bola, no dia 6 de Novembro, que contem referências de facto inverídicas, erróneas e que atentam contra o bom nome do REAL SPORT CLUBE, seu Presidente e Direcção. Com efeito:

A Reportagem em questão, de seu título «fraude com bilhetes» dá a entender existir no Clube visado práticas ilegais de gerar receitas e os seus representantes serem pessoas pouco sérias, isto fazendo fé de declarações de dois adeptos do Atlético Clube de Portugal, não tendo o Sr. Jornalista responsável pela peça, indagado junto dos órgãos ou representantes do REAL SPORT CLUBE o que efectivamente se passou.

Passamos assim a referir os factos que o REAL SPORT CLUB considera essenciais para completo esclarecimento da situação criada, e que passamos a referir:

1.º — É a Federação Portuguesa de Futebol a entidade responsável pela organização dos Jogos da II Divisão Nacional, e que delega essa responsabilidade nas respectivas Associações Distritais.

2.º — É da responsabilidade dos FISCAIS da Associação de Futebol de Lisboa e NÃO do REAL SPORT CLUBE a venda dos ingressos e o controle de entradas no nosso recinto desportivo e é também deles FISCAIS toda a responsabilidade na arrecadação dos valores dos bilhetes vendidos. Não sendo assim o REAL chamado sequer para conferência do número de bilhetes vendidos nem mesmo dos valores obtidos.

3.º — Quanto à questão do valor dos bilhetes, estes são fixados pela Associação de Futebol de Lisboa podendo os Clubes nalguns casos pedir a sua alteração com antecedência. Foi o que efectivamente aconteceu para aquele jogo. O valor normal é de 8 Euros, podendo os Clubes solicitar um aumento, que neste caso foi para 10 Euros, informação essa que estava afixada à entrada do Complexo Desportivo do Real no dia do Jogo.

4.º — No dia do Jogo os adeptos do Atlético Clube de Portugal criaram um incidente junto à entrada do Complexo do Real, pois consideravam o preço de 10 Euros do Bilhete exagerado, facto que ocasionou a chamada da polícia ao local para resolver a situação, tendo mesmo sido forçada a entrada através de uma rede por alguns indivíduos. Pelo que, se eventualmente estavam mais pessoas a assistir, como alegam os adeptos do Atlético Clube de Portugal, tal deve-se provavelmente ao atrás descrito. Resta ainda dizer que na época transacta os adeptos do REAL SPORT CLUBE pagaram 9 Euros no jogo em casa do Atlético Clube de Portugal e não se queixaram.

5.º — Relativamente à questão do número de bilhetes existentes no dia do Jogo, efectivamente foram pedidos 50 bilhetes à Associação, número que se julgou suficiente, dado que infelizmente os espectadores das equipas visitantes que comparecem aos jogos no nosso complexo é sempre muito inferior àquele número. Dado que, felizmente neste caso, havia um número superior de espectadores os FISCAIS da Associação tiveram que arranjar uma solução e assim usaram impressos de quotas suplementares dos sócios do REAL que tinham sobrado de anos anteriores para poderem mais condignamente, julgaram eles, possibilitar a entrada àqueles que o desejavam e não fornecendo-lhes papéis de rifas ou folhas em branco como chegou a ser alvitrado e é prática corrente nalguns sítios e em situações semelhantes, conforme foi confirmado no local por um responsável do Atlético Clube de Portugal aos seus associados.

6.º — Na opinião do Real, toda esta situação só foi possível devido ao facto deste sistema ser completamente aberrante, não se compreende porque têm que ser os Clubes a pedir os bilhetes quando é a Associação a responsável por todo o processo. Os bilhetes usados neste jogo são iguais a todos os outros do mesmo valor facial usados em todos os Jogos da II Divisão Nacional da responsabilidade da Associação de Futebol de Lisboa, não sendo por isso bilhetes individualizados por jogo, não se compreendendo assim terem os Clubes que pedir um número específico de bilhetes para cada jogo.

7.º — Dos factos transcritos na respectiva noticia do Jornal A Bola apraz-nos registar que a Direcção do Atlético Clube de Portugal já fez chegar à direcção do REAL SPORT CLUBE toda a sua solidariedade e total repúdio pelas afirmações vinculadas na reportagem em apreço pelas pessoas responsáveis por tais declarações.

8.º — Efectivamente não pode ser impunemente que alguém que nada sabe da realidade venha a um jornal de tiragem nacional como é o Jornal A BOLA publicar um rol de mentiras e levantar suspeições relativamente a pessoas e entidades.

9.º — Cremos assim que com o presente esclarecimento não restam dúvidas de que Não existiu da parte do REAL ou dos seus Directores e Presidente qualquer comportamento ilegal ou dúbio que lhes possa ser assacado tratando-se de uma História profundamente infeliz, por ofender o bom nome e reputação, não apenas do REAL SPORT CLUBE mas do seu Presidente e Directores.

10.º — Do facto o REAL SPORT CLUBE, o seu Presidente e Directores exigem para além da publicação desta resposta pelo jornal visado, público pedido de desculpas e retratação pela ofensa ao bom nome do REAL SPORT CLUBE, do seu Presidente e Directores, quer pelo Jornal A BOLA quer pelos adeptos do Atlético Clube de Portugal responsáveis pelas declarações a esse Jornal sob pena de serem obrigados a enveredar pela via judicial.

Creia, Senhor Director, na nossa alta consideração,

A Direcção

Nota da Redacção — A BOLA limitou-se a cumprir a função jornalística de denúncia feita por adeptos do Atlético identificados na peça. A justificação, agora, apresentada não desmente os factos, apenas transfere culpas para os fiscais da Associação de Futebol de Lisboa.

Não pode, obviamente, continuar a ser considerada boa prática a venda de bilhetes rasurados à mão, que se presta, naturalmente, a todo o tipo de irregularidade e, até de ilegalidades.

A BOLA não duvida da seriedade dos dirigentes do Real, mas não pode pactuar, pelo silêncio, com práticas condenáveis, e que deviam ser evitadas pelos dirigentes dos clubes e combatidas pelos responsáveis associativo.

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