Ginásio 1º de Maio com dividas ao fisco
Retirado do Alvor de Sintra.
Ginásio 1º de Maio, com dívidas ao fisco,
adia venda de terrenos em hasta pública
Duas providências cautelares entregues ontem no tribunal de Sintra pelo clube de futebol Ginásio 1º de Maio de Agualva pretendem impedir a venda do campo de futebol em hasta pública por dívidas de 400 mil euros ao fisco.
"A venda [em hasta pública] está suspensa", disse à agência Lusa Miguel Cardoso, presidente da direcção em funções do clube Ginásio 1º de Maio, de Agualva, adiantando que este foi o "mecanismo legal encontrado" para o clube não perder o seu campo de futebol na hasta pública, marcada para quarta-feira.
Segundo Miguel Cardoso, esta suspensão permite a realização de uma assembleia do clube e de uma reunião da autarquia de Sintra para "concentração de esforços de forma a viabilizar a venda dos terrenos à câmara".
"A Câmara está disposta a comprar o património do clube", adiantou o presidente do clube.
Em causa estão cerca de 31 mil metros quadrados de um terreno doado ao clube para fins desportivos, onde funcionam um campo de futebol, uma pista de atletismo, um bar e um campo de futebol de salão.
O vice-presidente do clube, Jorge Oliveira, disse à Lusa que "esta dívida existe desde 1991".
"Estes 400 mil euros de dívidas ao fisco surgiram depois de uma inspecção feita ao bar da nossa sede, que estava alugado a uma pessoa, que fazia compras em nome do clube", referiu Jorge Oliveira. Segundo este dirigente, "essa multa nunca foi contestada pela direcção anterior".
"Temos documentos que comprovam que podiam ter contestado a dívida e não o fizeram. Tínhamos contrato com a pessoa que fazia a exploração do bar e era fácil mostrar às finanças que se havia fraude não era da nossa parte", adiantou Jorge Oliveira.
Em funções desde 2005, esta direcção adianta "ter pago quase dez mil euros de dívidas herdadas da antiga direcção". "Pensava-se que, como isto é só desporto e como o clube desportivo não tem fins lucrativos, tudo é perdoado", acusou o dirigente, acrescentando que chegou a ouvir em assembleias gerais "alguém dizer que mais tarde viria um governo que perdoava a dívida, o que não aconteceu".
Fundado em 1952, o Ginásio 1º de Maio conta com 1.100 sócios e vive o dia-a-dia com muita dificuldade.
"O dinheiro que arranjamos dá só para pagar a água, luz e gás", adiantou o vice-presidente do clube.
Situado na cidade de Agualva-Cacém, onde residem 50 mil pessoas, o clube inscrito na Associação de Futebol de Lisboa acolhe cerca de 400 atletas dos diversos escalões, em regime não remunerado.
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