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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Pressing na Honra

Crónica por João Matos Reis

As cores da honra.


A partir do próximo dia 16 de Setembro...permanentemente 9 campos do Distrito de Lisboa irão ser coloridos por diversas cores, cores essas referentes aos clubes que irão participar na prova oficial mais representativa da A.F.L.
Refira-se no entanto que 50% das cores das camisolas dos clubes envolvidos têm a cor vermelha como dominante:
Na totalidade (4) - S.L.Olivais, Fanhões, Musgueira e Torre
Parcialmente (5) - Linda Velha, Oeiras, Pêro Pinheiro, Futebol Benfica e Povoense.

Os outros 9 clubes estão distribuidos pelas seguintes cores:

Amarelos : Ponterrolense, Loures e Tojal
Azuis : Malveira, Ericeirense e Bucelenses
Verdes : Lourel, Encarnacense
Pretos : Casa Pia

Desde logo saltam duas constatações, a primeira é que nenhum destes clubes tem a cor branca como elemento principal do seu equipamento, e ao contrário do que wikipédia afirma: “A cor mais utilizada por clubes de futebol nas suas camisas é a branca”. Portanto neste campeonato isso não se verifica.
A segunda é que será portanto um campeonato marcado sobre o vermelho, o que obrigará estes clubes, quando se encontrarem a recorrer ao seu equipamento alternativo, aí sim normalmente branco como é o caso seguro (S.L.Olivais. L-Velha. Pero Pinheiro. Oeiras .Fanhões. Musgueira)
É curioso como em metade destes clubes predominam equipamentos associados aos grandes clubes nacionais: Benfica (Musgueira, Torre, Fanhões e S.L.Olivais), Sporting (Lourel e Encarnacense), F.C.Porto (Malveira e Ericeirense) e Belenenses (Bucelenses), inclusive a “simpatia” de alguns deles até se justifica, porque são mesmo filiais.

Os da linha de Oeiras (Linda Velha e A. D. Oeiras), apresentam equipamentos muito semelhantes, ambos listados vermelho e branco, embora as listas do Linda Velha sejam mais largas. No panorama nacional o Barreirense e o Leixões são equipas que têm equipamentos semelhantes.
O Povoense por sua vez apresenta um equipamento também listado mas vermelho/amarelo, pensamos que em Portugal, não existe um equipamento semelhante e se existir será mesmo em divisões secundárias. No futebol italiano existe o Lecce com este mesmo padrão.
O Atlético do Tojal normalmente joga completamente de amarelo, mas também tem um listado azul/amarelo, o mesmo sucede ao Ponterrolense que normalmente equipa de amarelo, embora possuindo também um azul. O Casa Pia esse equipa todo de negro (à Académica) sendo o seu alternativo também branco.
Interessante verificar que nenhuma destas equipa, tem como já se referiu, por exemplo as cores do Real Madrid, porventura o maior clube do Mundo (em títulos, pensamos que o seja). Este clube é ,mesmo o expoente máximo da cor branca, no futebol internacional branco e Real Madrid chegam mesmo a ser sinónimos, em Portugal é o Vitoria de Guimarães a referência.

Perguntarão porque teriam os clubes nacionais de adoptar a cor branca do Real Madrid? Claro que não existirá uma razão objectiva, mas então porque é que o alternativo então é sempre branco? Pensamos que o branco nunca foi adoptado nestes clubes como equipamento efectivo e isto não passa de uma suposição, porque o branco não é uma cor forte, inclusive será mesmo uma cor sóbria, e se nos debruçarmos inclusive nas equipas nacionais poucas são na sua totalidade a equipar de branco. Lembro-me desde logo do Guimarães e do Leiria. Depois o Farense e havia a Associação da Guarda (que acabou com futebol sénior), o Gouveia, o Freiria (que também tem um todo amarelo) e não me lembro assim de muitos mais inclusive até no futebol distrital, concerteza que existirão mais, todavia não será significativo o seu peso, como equipamento alternativo sim a maioria “alinha” neste padrão.
Portanto todos estes clubes, os seus fundadores, gostavam da cor, com riscas ou sem elas, a cor aí está em todos os equipamentos, mas com o vermelho a predominar.

O vermelho domina também no panorama Mundial, é uma cor forte, sem dúvida, associada aos grandes clube mundiais: Benfica, Manchester, Arsenal, Liverpool, Bayern, Leverkusen, Atletico de Madrid, Athletic Bilbao, Barcelona, AC Milan, PSV, Feyenoord, Flamengo, River Plate e o Al Ahly (claro com tantos títulos nacionais e africanos).Estes clubes têm vermelho nas suas cores e são efectivamente grandes equipas, campeões em muitas provas. O vermelho no panorama internacional é portanto relevante. Mas o verde também o é, dirão sobretudo aqueles que ao lerem estas palavras sejam do Encarnacense/Lourel mas sobretudo do Sporting (porque será que associamos sempre estas cores aos grandes clubes? mas é mesmo um facto). Claro que sim de verde também se “veste” desde logo o Sporting e depois outros clubes importantes: Celtic, Werder Bremen, Bétis e de azul equipam o Porto, Chelsea, Inter.
No entanto todos estaremos de acordo (clubismos à parte) que o vermelho predomina nos grandes clubes e se existisse um ranking da cor com títulos nacionais, internacionais, taças, supertaças de certeza que o vermelho vencia. Claro também haverá quem diga que o grená do Barça não é vermelho, que o River Plate até é branco e que tem apenas a faixa horizontal vermelha.. também concordarei. Mas se calhar o azul do Malmoe e do Lazio não é (é evidente que o não é) igual ao azul do Porto ou o do Belenenses, mas é azul e o grená do Oriental, Barcelona e do Torino senão são vermelhos são da família do vermelho ou do encarnado.

Nos últimos campeonatos da Honra também o vermelho também tem prevalecido, na medida em que subiram de divisão nos últimos anos: o Oeiras, Futebol Benfica, Povoense e na ultima época Igreja Nova, todos “vermelhos”, no entanto o verde Lourel também subiu há 2 épocas (inclusive como campeão). “Não há regra sem excepção”. Será? E esta época o campeão será vermelho? Será verde? Ou chegou a hora dos azuis? Serão os amarelos ou o negro dos gansos?
Mas para o caso isso agora pouco vale (só para o ano saberemos) agora o que importa é tentar saber a origem e porquê das cores destes 18 Clubes (por ordem da sua Fundação):

1- Associação Desportiva de Oeiras (1906)
O centenário Oeiras, é o clube mais antigo que irá competir nesta Honra, foi fundado em 1906. No entanto o ADO como vulgarmente é conhecido, sobretudo pelas suas grandes equipas de hóquei (Vítor e José Rosado, Carvalho e Salema quem não se lembrará deles?) surge em 21 de Abril de 1956, resultando da fusão de dois clubes da Vila: o Oeiras Futebol Clube (OFC), apoiado então pelo extracto social de menores recursos financeiros e voltado essencialmente para o futebol e o Sporting Clube Oeiras, com a sua base social constituída pelas famílias mais abastadas e vocacionado, predominantemente, para o hóquei em patins.
As suas cores são o vermelho e branco, provenientes do seu símbolo.

2-Grupo Sportivo de Loures (1913)
Este clube é um dos clubes mais antigo a competir esta época na Honra, apenas o Oeiras o supera. Fundado em 1913, o GSL tem o amarelo e preto no equipamento das suas equipas, cores provenientes do seu emblema. Desconhece-se a origem da opção desta cor.

3- Casa Pia Atlético Clube (1920)
Foi fundado no dia 3 de Julho de 1920, por um grupo de jovens ex-alunos da Casa Pia de Lisboa. No início e durante muitos anos este clube era apenas constituído por ex-alunos do Casa Pia. Muitos dos casapianos que ajudaram a fundar o Benfica e o Sporting mudaram para o Casa Pia para o pôr a rolar. Desses clubes vieram não só jogadores, mas também dirigentes. Dos 18 elementos que subscreveram o documento, destacam-se os nomes de Cândido de Oliveira e Ricardo Ornelas, ambos jornalistas. Os gansos equipam de negro, similar ao seu emblema o qual ostenta para além das iniciais CPAC, uma cruz vermelha.

4- Sporting Clube Lourel (1920)
Lourel é a filial n.º 108 dos leões. Os leões de Sintra optam, por essa cor e o emblema exclusivamente por serem filial.

5-Grupo Desportivo União Ericeirense (1921)
O Ericeirense apresenta um emblema onde predomina o azul e branco: Ostenta uma fateixa (símbolo do mar) e uma roda de uma bicicleta (modalidade que o Ericeira também praticou) é portanto lógico então que o seu equipamento seja de listas verticais azuis e brancas.

6- Clube Futebol “Os Bucelenses” (1929)
Esta agremiação desportiva surge em 1929 e actualmente é a filial n.º 11 do Clube do Futebol Os Belenenses. Originalmente, dava pelo nome de Bucelas Sport Clube, mas em Maio de 1944 o clube reorganiza-se, através de uma comissão. Esta decide inscrever o Clube como filial do Os Belenenses, ficando então estipulado que o emblema seria um escudo com a Cruz de Cristo como os de Belém, mas com o brasão da vila de Bucelas, como consta dos referidos Estatutos, substituindo o emblema até então, passando o Clube a designar-se por Clube Futebol “Os Bucelenses” em detrimento do Bucelas Sport Clube.
Esta simpatia pelo Belenenses tinha origem na sua secção de ciclismo, onde havia um atleta da terra, Joaquim Manique (o Joaquim da gaita de beiços do filme Aldeia da Roupa Branca).
Por sua vez o Belenenses a cor azul e a Cruz de Cristo, resultam de uma proposta apresentada por Henrique Costa que definia um equipamento com camisola azul e vivos brancos, com a cruz de Cristo no peito esquerdo.

7-Clube Futebol Benfica (1933)
As suas cores? O vermelho e o preto. O seu escudo? Asas postas sobre uma bola, ou seja uma bola alada. O popular “Fófó” é fundado em 1933, um clube que teve no malogrado Francisco Lázaro (nome do seu campo) e que faleceu numa corrida um dos seus expoentes máximos, mas também no futebol Artur Correia (sócio e sempre presente nos jogos caseiros) e Paulo Bento (actual técnico do Sporting) e no hóquei o Livramento foram relevantes. No hóquei em campo o F. Benfica foi campeão nacional. As cores que estão no seu emblema, são também as cores que estão no seu equipamento, um equipamento pouco visto em Portugal, muito semelhante ao do Flamengo.

8-Sport Lisboa Olivais (1934)
Apresentam o vermelho como as suas cores principais. O S.L.Olivais fundado em 20 de Setembro de 1934 é a Filial n.º 23 do Sport Lisboa e Benfica. Portanto é lógico que apresente quer no seu emblema quer nas suas cores o vermelho. O seu emblema é mais simples do que o do Benfica, pois destes apenas “retirou” a parte superior
Importa ainda salientar que o vermelho e branco as cores do Benfica, são fruto de uma ideia do Major José da Cruz Viegas, depois de consultar um catálogo de uma fábrica inglesa. O clube das águias tem as suas origens no Grupo Sport Lisboa, fundado a 1904, em Belém, que apresentava no seu equipamento as actuais cores do Benfica – vermelho e branco, transmissoras de alegria, vivacidade e entusiasmo.
A águia foi escolhida como emblema – símbolo de autoridade, espírito da elevação de propósitos e iniciativa. A divisa adoptada foi Et pluribus unum. Ao contrário do que muitos pensam, Et Pluribus Unum não significa "e todos por um". Significa sim "entre muitos, um".

9- Sporting Clube de Linda Velha (1937)
O Linda Velha faz no próximo dia 1 de Outubro os 70 anos e embora o nome pareça indicar, não é filial do Sporting.
O clube surge da vontade de um grupo de amigos simpatizantes do Sporting e do Benfica. Para não haver divergências entre eles, baptizaram o Clube de Sporting, tendo como símbolo do Clube o Leão, por sua vez o equipamento: listado mas vermelho, e se calhar para não haver dúvidas, até passou das riscas horizontais, para verticais (mas esta ultima parte do posicionamento das listas não passa de suposição). O que é certo é que o clube tem efectivamente um leão amarelo no seu símbolo, envolvido no verde, mas cercado de listas verticais rubro/brancas.
È um caso em tudo similar com o Sporting de Braga. Neste clube também se optou pelo nome Sporting Clube de Braga (também não é filial do Sporting), todavia o equipamento teria de ser, e é, vermelho. De lhes chamarem “Arsenalistas” isso uma outra história.
Por falar no Sporting, uma história engraçada do Sporting Clube Farense (este sim filial)
Para quem não sabe a camisola original do Farense era ás riscas pretas e brancas, horizontais. Existia, e continua, muita rivalidade entre benfiquistas e sportinguistas e Faro não era excepção. Cada facção fundou a sua filial, o Benfica com Sport Lisboa e Faro e o Sporting Clube Farense (ambos actualmente nos distritais do Algarve). O Farense escolheu o mesmo equipamento do SCP, só que como naquele tempo os jornais eram a preto e branco, ficou nessas cores, mais tarde o Farense optou exclusivamente pelo branco. E estando no Algarve também se refira que o Sporting Clube Olhanense é listado rubro/negro (à Milan), porque um dos seus fundadores era italiano.

10- Atlético Clube da Malveira (1940)
Esta equipa, que nada terá a ver com o F.C. Porto, todavia opta por estas cores.
O Malveira apresenta o seu equipamento baseado nas cores do seu emblema, listado azul e branco, donde se destaca uma bola. No entanto o ciclismo também foi uma modalidade importante daquele clube.
No Porto o primeiro distintivo foi uma bola de metal branco, que mais tarde passou a ser toda azul com linhas brancas e as letras FCP a branco. O emblema actual surge em 1922, quando Simplício, na época jogador do clube, decide sobrepor ao então emblema as armas da cidade e um dragão envolto numa faixa onde se lê a palavra Invicta.
O azul e branco liberal, são as cores do Porto antes do Estado Novo, de lembrar que as cores da bandeira nacional era na época o azul e branco.

11- Grupo Desportivo Recreativo e Cultural Ponterrolense (1941)
Mais um clube nascido nos anos 40 e são 8 os clubes fundados nesta década, pois em 1941 surge este clube do concelho de Torres Vedras. Apresenta no seu emblema um castelo, porventura o da sede de concelho? E as cores amarelo e azul, as quais são as cores dos seus equipamentos.

12- Sport Lisboa Fanhões (1942)
O equipamento e o emblema do Fanhões é semelhante ao que se disse do S.L.Olivais, no entanto o seu emblema (tendo também a águia) é ligeiramente diferente.

13- União Atlético Povoense (1942)
O Povoense também surge nos anos quarenta, precisamente em 1942. A equipa já se vestia de amarelo e vermelho e enfrentava os seus adversários no campo que é hoje de “António Cardoso”. Os símbolos do União Atlético Povoense são: as cores encarnada e amarela, representadas num escudo bipartido encimado por uma coroa de castelos dourados, inspirados na Quinta do Marquês de Abrantes e a representação de uma bola de futebol de cor castanha na qual estão inseridas as iniciais UAP.

14- Sportig Clube Encarnacense (1943)
O nome deste clube pode desde logo sugerir que é filial do Sporting, todavia o Encarnacense não o é, visto que nem nas informações do clube, nem do site oficial do Sporting consta essa filiação.
Apresenta as cores e símbolos do Sporting concerteza por simpatia dos seus fundadores, não nos podemos esquecer que os anos quarenta e cinquenta foram fabulosos para o Sporting. Jogavam os 5 violinos e obtiveram 10 dos 18 títulos de Campeão. .
O emblema do Sporting teve origem no Verão de 1905, nas conversas tidas em Cascais entre José Holtreman Roquette (José Alvalade), os primos José Roquette, António Rebelo de Andrade e D. Fernando de Castelo Branco (Pombeiro) José Alvalade solicita ao Conde Pombeiro) permissão para a utilização do leão do seu brasão como símbolo do Clube. Pombeiro dá autorização, mas pede que o fundo não seja azul, igual ao seu brasão. Os quatro escolhem então o verde, cor que expressa a esperança de sucesso do novo Clube. Optou-se pelo verde como cor de fundo em sinal da esperança que os jovens atletas depositavam no futuro do clube.

15- Atlético Clube do Tojal (1944)
O seu emblema é igual ao do Atlético Clube de Portugal (pensamos que é filial).As suas cores tal como o clube da Tapadinha são o amarelo e o azul, embora equipe também exclusivamente de amarelo.

16- Clube Atlético Pêro Pinheiro (1945)
Fundado em 7 de Outubro de 1945, teve nas suas origens a motivação de entusiastas do voleibol, mas foi o futebol (esteve na III Nacional) e o ciclismo que prevaleceram.
As sua cores são o vermelho, cor essa que também está no seu emblema. Olhar para o símbolo do CAPP é como estar a ver a nossa bandeira, está lá o verde, o vermelho e o escudo. Portanto não será difícil adivinhar que o seu emblema “patriótico” foi baseado na nossa bandeira.

17- Recreativo Águias da Musgueira (1963)
Este clube tem o vermellho na suas cores e a águia no seu símbolo. Como se sabe toda a área da Charneca, Musgueira, Olivais, Lumiar, eram até aos anos quarenta, zona de quintas. Lisboa cresceu inicialmente junto ao castelo (idade média) depois cresceu até zona do Marquês de Pombal (séc. XVIII), mais tarde com Duarte Pacheco, um dos maiores ministros das obras públicas que Portugal alguma vez teve a cidade cresceu, mas de uma forma planeada. Faço um parêntesis, para enaltecer este Homem, pois a ele se deve, para além de muitas outras coisas, a zona envolvente do viaduto Duarte Pacheco, a zona ribeirinha de Belém. Ministro das Obras Públicas de Salazar, Duarte Pacheco modernizou o País, era hábil a driblar os esquemas asfixiantes do regime (sabiam que era o único ministro , que não “tirava” o chapéu ao Botas), reestruturou os serviços dos correios e telecomunicações e revolucionou o sistema rodoviário. Executou obras essenciais na cidade de Lisboa, a florestação do Monsanto (valioso - senão hoje Lisboa estava “colada” a Linda Velha, Carnaxide e Alfragide), a florestação do Estádio Nacional. Falar de Duarte Pacheco (que morreu prematuramente na recta do Cabo, num acidente de viação, quando estava ao serviço do País, teria sido por não tirar o chapéu ao big boss? O acidente está por explicar) é falar, ainda, de uma nova política de habitação, planos de urbanização, ensino, cultura. É o exemplo de como a modernidade é sempre factor de progresso. Nos anos quarenta, este ministro aprova uma lei de expropriações, é daí que surgem, as chamadas avenidas novas (Avenidas de Roma, Londres, República), que foram traçadas sobre antigas quintas, que se transformam em habitação e vias de circulação, a cidade estava a crescer e vai crescer até onde hoje é o Campo Grande. A partir dali, para norte continuava a ser tudo quintas. Refira-se ainda que essas expropriações, foram feitas, emanadas do MOP e resultantes de 3 partes envolventes : os particulares, a Câmara de Lisboa e o Ministério Obras Publicas, venceu Duarte Pacheco, porquê? Simples, ele era o Ministro das Obras Públicas e também o presidente da câmara e fora ele que decretara a lei. O bem público, o progresso a isso o obrigava.
Portanto a actual zona da Musgueira , era uma quinta, a Quinta da Musgueira, na altura a paredes meias com Aeroporto da Portela inaugurado em 1942 (também obra sob a tutela do Duarte Pacheco que morre em 1943).
No 1º de Maio de 1963 funda-se o Águias e os seus símbolos não iriam ser de difícil escolha : a águia, porque nessa época as águias voavam a vivenda da Quinta da Musgueira ; a cor vermelha porque os seus simpatizantes eram na maioria adeptos do Benfica (não esquecer que o Benfica tinha sido duas vezes campeão europeu, tendo erguido o troféu em 1961 após vitória sobre o Barcelona (3-2) e no ano seguinte, ao vencer o Real Madrid (5-3). De referir que o emblema foi retirado, do emblema do Benfica, só que não foi autorizado e então os fundadores do Águias alteraram a parte inferior.

18- Associação Familiar da Torre (1988)
Este popular clube de Cascais, do Bairro que lhe dá o nome, é o clube mais novo desta divisão. No seu emblema ostenta uma ponte, uma bola e o mar e as cores verdes e vermelha. É esta a cor dominante no seu equipamento. Não sabemos a origem do porquê da opção do vermelho, todavia uma coisa é certa, jamais podia ser verde, porque essa era a cor do Dramático de Cascais, o clube mais antigo e popular da vila.

A escolha de um determinado clube – seja por influência de alguém próximo ou por livre decisão pessoal – pressupõe desde logo a imediata assunção da sua identidade e referências: Os seus emblemas e as suas cores, porventura os maiores símbolos de um clube.

Artigo anterior - 30 Agosto


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