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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A Geografia do Futebol

Artigo de Bruno Carvalho

Transparência

O tema de hoje d'A Geografia do Futebol, "transparência", é um tema que desde há muito nos debatemos, em todas as áreas, desde a justiça à saúde, da política ao Ordenamento do Território passando obviamente também pelo futebol. Transparência essa que passa por muitos aspectos da gestão futebolística, quando falamos de transferências; honorários; fundos – quer públicos (autarquias), quer privados; gestão de imóveis.


Essa transparência deseja-se obviamente para aumentar os índices de interesse de toda uma massa que acompanha o futebol, não só profissional, como também regional, isto "porque o futebol não é só profissional" (slogan Sintra Sport).


Muitas vezes os clubes queixam-se, e com muita razão, da falta de adeptos quando jogam nos seus campos, onde as receitas que perfazem raramente compensa para pagar ao policiamento (não esqueçamos que parte das receitas dos bilhetes vendidos, reverte a favor, não a uma instituição de caridade, mas à Associação de Futebol de Lisboa), sendo que as condições (campos de futebol) estão cada vez mais modernos e acolhedores (e isto reflecte-se desde a Bwin Liga à II Divisão Distrital de Lisboa). Mas estas queixas muitas vezes são como muitas outras, que por exemplo ainda ontem vi na tv: uma professora não colocada no concurso público, e vinha de lá com a choradeira do costume, "não fui colocada para dar aulas… aquilo que para isso andei 4 anos a lutar… é aquilo para o qual me preparei…" até aqui tudo bem, tal e qual como as queixas justas dos clubes "temos poucos adeptos… poucas receitas…", mas o pior, e voltando à moça professora desempregada, vem agora: "estou a viver à custa dos meus pais… se tiver que ser, em último caso, irei trabalhar noutra área, mas não irei ser uma funcionária competente, pois não é a área que gosto, não irei ser tão eficiente como os outros…", ora digam lá se isto não revolta qualquer um, envergonha até os restantes professores não colocados, rotulando-os de incompetentes (descansem que felizmente não sou professor). Isto chamasse inércia, inocência e encontrava mais adjectivos, mas para não ferir susceptibilidades por aqui me fico. Aqui também enquadramos perfeitamente os nossos clubes, senão reparem, como é que conseguimos atrair massa adepta para os estádios, persuadir os adeptos a tornarem-se sócios, obviamente que passa também pela melhoria de condições dos seus equipamentos, mas isso eleva fundamentalmente a qualidade do futebol que pratica a sua equipa e motiva os seus jogadores, pois o que os adeptos querem, para além de bom futebol, é TRANSPARÊNCIA!

Transparência no clube que simpatizam, eles querem saber o que se passa com o clube, acompanhar se possível o seu dia-a-dia, quem contrataram, onde jogaram os novos jogadores, que idade têm, contra quem jogaram, onde jogam... e porque não, quanto custam? Medo de quê? Perguntam os adeptos. Porque é que não podemos saber tudo isto? Podemos descobrir que a gestão do clube é ruinosa, que assim seja, desse modo procedesse à alteração dos Órgãos Sociais do clube e o clube segue outro rumo.

Sem a transparência não se consegue atrair mais adeptos, mais sócios e mais indivíduos competentes capazes de gerir bem os clubes que evitá-los com que estes caem na ruína, fechem as portas e acabem no esquecimento, e muitos casos desses, infelizmente, continuamos a ter.


Por hoje é tudo, para a semana há mais…

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