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terça-feira, 9 de outubro de 2007

Futsal Vila Verde-Sassoeiros

Por José Túlio retirado do site Noticias da Manhã

Frustração de um lado, alívio do outro. Estes bem podem ser os sentimentos que dominavam os dois treinadores, Naná, do Vila Verde, e Ricardo Lobão, do Sassoeiros, após o empate a três golos entre as duas equipas no fecho da jornada quatro do Campeonato Nacional/FutSagres.
“A nossa superioridade sobre o Sassoeiros ao longo de toda a partida foi tão evidente que só tenho de elogiar a forma como, mais uma vez, os meus jogadores se apresentaram. Não há nada a apontar. Fizemos tudo para ganhar, mas não fomos felizes”, diria, após o final do encontro, o técnico dos sintrenses ao NM, enquanto, do outro lado, o responsável máximo pelos carcavelenses não esconderia que o resultado poderia ser considerado lisonjeiro: “Houve Sassoeiros a menos para um jogo demasiado importante para os nossos objectivos. Não fomos uma equipa com postura, nem personalidade”.
Separados na classificação por seis pontos antes deste jogo, sendo que a equipa de Sintra ainda nem sequer tinha pontuado (o calendário foi difícil), o Vila Verde, que vivera uma semana algo complicada, que obrigara mesmo Naná a suspender Bento, arrancaria para um jogo de excelente qualidade, dominando o adversário em quase todas as vertentes do jogo. Se na primeira parte, a equipa de Sintra dominaria o adversário no sistema onde se sente mais confortável (defesa homem-a-homem atrás do meio-campo e transições rápidas com lançamentos longos do guarda-redes), na etapa complementar, a perder por dois golos, o Vila Verde subiria a suas linhas e manteria o domínio completo dos acontecimentos, virando o resultado a pouco mais de um minuto do final. “O futsal é isto mesmo. A nossa primeira parte deve ter sido das melhores que uma equipa fez este ano em Portugal a jogar com pivot”, afirmaria ainda Naná. Já a forma como o Sassoeiros evitou a derrota, na transformação de um livre de dez metros a punir uma falta poucos segundos depois dos da casa se terem colocado em vantagem, seria analisado da seguinte forma: “Nunca culpo a sexta falta. Se calhar, cometemos algumas faltas antes desse lance desnecessárias. De qualquer forma, a sexta falta é um lance de critério do árbitro, que, por isso, pode marcar, ou não”.
E o Sassoeiros? Apesar de Ricardo Lobão não o admitir nas suas declarações, parecera evidente que a equipa acusara em demasia as baixas por lesão de Pedro Caetano e Luís Vilar. A equipa de Carcavelos tivera o mérito de marcar dois golos na primeira parte, na sua melhor fase no jogo, altura em que o técnico colocara a jogar Tiago Santos (pivot) e Ré, e, por outro lado, conseguira empatar o jogo logo após ter sofrido o terceiro golo (excelente a eficácia de Bruno Almeida), não dando tempo ao Vila Verde de festejar o sabor da vantagem. Ou seja, provavelmente, a tranquilidade dos seis pontos com que a equipa estava a jogar, permitira que o Sassoeiros fosse eficaz nos seus melhores momentos e tremendamente letal na altura em que foi para a linha dos dez metros. “As baixas na equipa, e o Mauro jogou com febre, podem ter condicionado, mas não servem de desculpa. O campeonato é longo, por isso, se queremos alcançar classificações altas, não podemos lamentar as ausências de jogadores lesionados ou castigados. Com o Vila Verde, não conseguimos ser melhores”, defenderia Ricardo Lobão, para quem os sete pontos conquistados ao fim de quatro jornadas nem sequer são motivos de tranquilidade: “Não temos tantos pontos como gostávamos. Contávamos ter mais pontos, mas temos que dar o méritos aos adversários que nos “roubaram” cinco pontos”.
Da partida, realce ainda para dois factos: o primeiro para a expulsão de Ré, por palavras dirigidas a PP, que o irá afastar dos jogos com a Fundação (casa) e Fundão (fora), e para o facto de Moita com duas excelentes defesas ter impedido que o Sassoeiros ganhasse o jogo nos últimos segundos.

Adeptos contestam Naná

Naná está com problemas no balneário e nem sequer esconde isso. Depois de ter afastado Vasco do jogo com o Freixieiro, o treinador do Vila Verde suspendeu a semana passada Bento por um alegado acto de indisciplina no jogo com o Benfica (ver um post anterior), e, com o Sassoeiros, colocou Moita como guarda-redes, substituindo Libânio, que, até este jogo, estava a ser um dos destaques da equipa “verde e branca”. Nas declarações ao NM, Naná garantiria, no entanto, que a opção por moita se tratara apenas de uma opção técnica: “A minha intenção é sempre que os jogadores sejam melhores a cada jogo que passa. Tenho confiança em todos os jogadores do plantel. O Moita tem experiência, é forte na reposição de bola e pareceu-me que para este jogo seria o guarda-redes ideal, até porque queríamos aproveitar o facto do Sassoeiros não ser uma equipa muita rápida a reposicionar-se. Estou satisfeito com o desempenho do Moita. Não ganhamos porque nos faltou marcar mais um golo. Só isso”.
Frontal e sem papas na língua, o treinador da equipa de Sintra aproveitaria ainda a nossa reportagem para comentar a contestação que o grupo fora alvo, num sector do pavilhão colocado atrás da baliza, logo após o apito final para a intervalo: “É lamentável. São pessoas que têm a memória curta. Esquecem-se do que a maior parte destes jogadores e da equipa técnica fizeram pelo clube. Estou muito aborrecido. Não compreendo a razão dessas críticas, porque o Vila Verde tem jogado olhos nos olhos com todos os adversários. Não nos podem exigir mais”.

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