Cacém e Sintrense queixam-se da Câmara
O site Alvor de Sintra publicou hoje um artigo sobre o descontentamento dos presidentes do Sintrense e do Cacém que se queixam da falta de regras existentes nos apoios camarários existentes aos clubes do Concelho.
"Ninguém percebe nada disto"
É o que diz Fernando Lopes, presidente do Atlético do Cacém, "não há regras nos apoios camarários aos clubes de futebol. e dá como exemplo a alegada introdução de verbas provenientes da autarquia na parcela referente a ajudas de custo.
O dirigente do Cacém considera que existem “desigualdades” nos apoios conferidos aos clubes do concelho, quando estes “não estão consagrados num protocolo que junte os clubes e defina as formas dos apoios”, diz ao site referido. Fernando Lopes sugere ainda formas de apoio alternativas como o patrocínio das equipas do concelho pela autarquia, como modo de “promover um património mundial, que é de todos”.
Jorge Veríssimo, vice-presidente demissionário do Sintrense, tem opinião semelhante. “A autarquia esta dissociada do Sintrense, que é uma entidade de utilidade pública que está perto de fazer cem anos”, aponta, referindo valores alegadamente superiores recebidos por outros clubes do concelho no que respeita apoios, por parte da Câmara Municipal. O dirigente reconhece, no entanto, “a vontade da autarquia em nos ajudar com o licenciamento da bancada” para a comercialização do espaço imobiliário interior da mesma, bem como a comparticipação de 50 000 euros prometida pela autarquia para a recuperação do relvado do clube.
"Os clubes têm que criar receitas próprias"
Questionado pelo Alvor de Sintra sobre os motivos de insatisfação dos clubes, o vereador Rui Pereira adianta que “os clubes devem ser capazes de criar mais receitas próprias”. O autarca lembra ainda 2006 e 2007 foram anos de “contenção orçamental” em que os orçamentos foram maioritariamente canalizados para pagar o Programa de Apoio ao Associativismo Desportivo (PAAD), compromisso assinado em Setembro de 2005. Rui Pereira explica ainda que, em geral, “os apoios aos clubes são de natureza diferenciada”, podendo contemplar “obras, instalações, formação, viaturas” conforme as necessidades sentidas pelos clubes. De acordo com as contas do vereador, “50 por cento do orçamento da divisão de desporto é dedicado ao associativismo desportivo”, do qual os clubes fazem parte.
Sobre a possibilidade de a autarquia se envolver no patrocínio aos clubes, Rui Pereira, garante que “o concelho de Sintra é uma marca sem problemas de notoriedade”. O valor acrescentado de qualquer iniciativa no campo dos patrocínios “não é o mais adequado”, garante.
“Temos de ter mais desenvolvimento desportivo”, explicou o autarca. Na sua opinião, a estratégia passa por “aumentar em mais de um terço a área desportiva do concelho e ultrapassar de 14 000 para 25 000 os praticantes de desporto” associados a instituições.
Os apoios da Câmara Municipal previstos para os clubes continuam a originar fluxos de capital para aquelas instituições. Além do Sintrense, Lourel e Agualva deverão ter ajudas financeiras na recuperação dos seus relvados.
De acordo com a autarquia, Mem Martins, Rio de Mouro, Arsenal, Mira-Sintra e Vila Verde deverão constar também das listas dos clubes a serem alvo de comparticipações para aquisição de pisos sintéticos. Na última Reunião Pública de Câmara, a 22 de Agosto, foram já aprovados apoios para os relvados sintéticos de Mucifalense e MTBA.
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