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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Futsal - 1ª Divisão Nacional

retirado do Noticias da Manhã

Sporting Clube Vila Verde 3 vs Boavista Futebol Clube 5

Hinos ao desperdício, à eficácia e à incompetência

O Vila Verde só se pode queixar de si próprio. Os de Sintra tiveram tudo para somar a primeira vitória no Campeonato Nacional/FutSagres, mas uma estranha alergia ao golo e um “anormal” gosto pelo abismo impediram que os adeptos do Vila Verde fizessem as pazes com a equipa. Do outro lado, um Boavista matreiro e ciente da valia do adversário soube esperar pelos melhores momentos para marcar os golos e construir a segunda vitória na competição.
“Só me apetece dizer que não tenho comentários a fazer”. Naná, treinador do Vila Verde, quase não acreditava no que tinha acabado de suceder. “Fizemos e arriscamos tudo para ganhar. Não sei o que fazer mais”, defendeu ao NM o técnico, que, desta vez, garantiu “nada ter a apontar” aos seus jogadores: “Foram corajosos, imprimiram velocidade e tiveram sempre uma atitude forte”.
Ainda sem vitórias no campeonato e consciente de que é obrigatório vencer em casa os adversários directos, o Vila Verde entrou em campo com todo o seu arsenal ofensivo. Pedro, Vasco e David foram titulares pela primeira vez, mas, do lado adversário, Rui Pereira também mostrou que não estava desatento e jogou durante quase toda a etapa inicial com o seu melhor cinco.
Em campo, as duas equipas apresentaram muitos jogadores jovens e alguns podem mesmo transformar-se em “estrelas” da modalidade dentro de alguns anos, mas, neste momento, existe uma diferença entre as duas equipas. Qual? Se o Vila Verde acaba de regressar à divisão principal e os seus jogadores ainda são muito imaturos, não conseguindo capitalizar para si vantagens do próprio jogo (a equipa não conseguiu, por exemplo, colocar-se na frente do marcador quando Libório foi expulso a quatro minutos do fim do jogo), já o Boavista apresenta uma equipa com jogadores jovens mas experientes nesta competição, fruto de dois ou três anos a jogarem sob alçada de Rui Pereira. Consequência? Em Sintra, o Boavista aproveitou quase todos os deslizes do Vila Verde, soube marcar nos momentos certos e arrancou uma vitória preciosa. “A equipa é pouco estável”, admitiu ainda Naná, reconhecendo que o Vila Verde é um conjunto mais reactivo do que activo: “É uma característica das equipas com mentalidade fraca. Temos de melhorar”.
Numa crónica onde o título fala em desperdício (Vila Verde), eficácia (Boavista) e incompetência, falta encaixar esta terceira parte. A arbitragem!!! Inacreditável a falta de qualidade dos dois árbitros. Preocupados com pormenores insignificantes como as camisolas fora dos calções ou o aquecimento dos jogadores fora do lugar, Armando Carriço e Armando Verissimo mostraram uma completa incompetência para dirigir jogos ao mais alto nível. Uma arbitragem de arrepiar e tirar os nervos a qualquer um, que fica complicada de explicar neste espaço tantos foram os erros, mas que se pode resumir em três palavras: falta de critério.
No final, Rui Pereira, treinador do Boavista, foi lapidar, recusando-se sequer a comentar o resto de um jogo que tinha acabado de ganhar: “Comecei a treinar com 17 anos, tenho 36 e nunca vi uma arbitragem tão fraca como esta. Não digo mais nada”. Do outro lado, também com razões de queixa, Naná entendeu não falar dos árbitros “para não soar a desculpa” da derrota do Vila Verde.

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