Google
 

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Caixa de Crédito Agrícola coloca Sintrense em tribunal

retirado do Alvor de Sintra

Entidade bancária processa clube de Sintra por incumprimento de prestações relativas a empréstimo para construção de bancada com galeria comercial. Direitos de formação provenientes da transferência de Luís Loureiro chegavam para liquidar mais de uma prestação mas foram usados pela actual direcção na despesa corrente, contra proposta apresentada em assembleia-geral, refere Carlos Garcia, tesoureiro na presidência de Adriano Filipe. Ao Alvor de Sintra, o presidente da mesa da assembleia geral do clube, Vítor Filipe, garante que utilização da verbas está em averiguações e confirma conhecimento da acção judicial, embora negue qualquer notificação.

A Caixa de Crédito Agrícola colocou uma acção em tribunal contra o Sintrense. Em causa está o incumprimento de prestações relativas a empréstimo concedido para a construção da bancada do clube, num montante de quase 98 mil euros. Ao que apurou o Alvor de Sintra , terão já sido notificados membros da direcção liderada até 2006 por Adriano Filipe, para depor em tribunal. Carlos Garcia, tesoureiro da anterior direcção, confirma os factos. O antigo responsável pelas contas do clube garantiu no entanto ao Alvor de Sintra que, apesar de ter sido a presidência de Adriano Filipe a contrair o empréstimo, o incumprimento das prestações é da responsabilidade da actual direcção. Em assembleia-geral, revela, “ficou cativa a verba relativa aos direitos de formação de Luis Loureiro" relativos à transferência para o Dínamo de Moscovo, num total de 80 mil euros. O montante terá sido usado para gestão corrente, refere, mas “só agora tivemos a certeza que ainda não pagaram nada, aquando da aprovação das contas do clube”, há duas semanas.

Carlos Garcia considera que decisão da direcção, liderada por Neves Pedro, “não é só uma irresponsabilidade mas falta de respeito por uma decisão de uma assembleia geral, algo bem mais grave”. O empréstimo em causa teria uma periodicidade de pagamento semestral. O ex-dirigente menciona ainda a existência de verbas que garantiriam o pagamento das prestações subsequentes à que motiva a acção judicial. “Pagava-se quase uma prestação com os direitos de formação de Luís Loureiro, e tinham [a direcção] com a devolução do IVA, cerca de 50 mil euros, além de 200 mil que estava previsto chegarem através de apoios da Câmara Municipal de Sintra”. O IVA tardou e os apoios da autarquia não chegaram. A utilização da verba relativa a Luís Loureiro deixou a descoberto as provisões destinadas à liquidação do empréstimo.

A uma semana de o clube de Sintra ir a votos, o antigo dirigente não poupa os membros que integraram a lista de Neves Pedro. Questionado sobre a probabilidade de Joaquim Veríssimo, vice-presidente demissionário, apresentar uma lista candidata à direcção do Sintrense, o antigo dirigente declara que “o Dr. Veríssimo dos Reis é tão responsável por esta situação como qualquer membro da direcção. Não merece receber o meu voto, enquanto sócio do Sintrense”.

Do lado da actual direcção, Vítor Filipe, presidente da mesa da Assembleia Geral do clube, garante que “a direcção tem estado a tentar negociar a dívida extrajudicialmente”. Sobre a acção interposta pela Caixa de Crédito Agrícola, explica, “ainda não fomos citados, embora tenha conhecimento oficioso da existência da acção”.

O Sintrense tem eleições marcada para dia 9 de Novembro. Até agora, a única lista dada como provável candidata à direcção do clube seria a encabeçada por Joaquim Veríssimo dos Reis. O candidato terá recuado na sua intenção após a última assembleia geral do clube, em que a direcção cessante foi alvo de críticas visando o desempenho financeiro do clube. Contactado pelo Alvor de Sintra, Joaquim Verissimo não confirmou qualquer tomada de decisão num sentido, referindo “estar a ponderar” sobre o assunto.

Nenhum comentário: